Noticias dessa Terça - Feira 26/03
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Jacques Gaillot, o bispo dos excluidos.
“ Eu quis permanecer o mesmo e
continuar lutando por uma Igreja do futuro que não cedesse a tentação de voltar
o olhar somente sobre si mesma. Uma Igreja de rosto humano, mais tolerante e
menos fria, sem tabus e sem interdições.”[1]
Com esse artigo temos a intenção de apresentar brevemente
uma biografia de Dom Jacques Jean Edmond Georges Gaillot conhecido
internacionalmente pela sua profecia, como o bispos do excluidos por causa da
sua opção radical pelos pobres e marginalizados, e justamente por suas posições consideradas muito progressistas
teve problemas com a hierarquia vaticana, mas nem mesmo por isso diminui o seu
vigor profético e suas opção de viver com
coerencia as suas escolhas.
Jacques nasceu a 11 de Setembro
de 1935, em St. Dizier en Champagne, de uma família de negociantes de vinho, e muito
jovem sentiu o desejo de ser padre,
concluindo os seus estudos secundários,
entrou no seminário de Langres.
Entre os anos 1957-1959 cumpriu o serviço militar na Argélia, foi nessa
ocasião que sentiu-se questionado com a
violência da guerra, e a partir dessa experiência passou a interessar-se pela
não-violência. A estadia na Argélia foi também uma oportunidade para descobrir
o mundo muçulmano e para criar sólidos laços de amizade com os argelinos.
Nos anos 1960-1962 esteve em Roma,
para aprofundar os seus estudos de
teologia, sendo ordenado em março de 1961. De 1962- 1964 esteve em Paris, no
Instituto Superior de Liturgia, ao mesmo tempo que ensinava no Grande Seminário
de Chalons en Champagne. De 1965 a 1972 foi professor do Seminário Regional de
Reims, mesmo tempo em que animou numerosas sessões no sentido da aplicação das
orientações do Concílio Vaticano II.
Em 1973 foi nomeado para a paróquia de St. Dizier, ao mesmo tempo em que assumia a co-responsabilidade pelo
Instituto de Formação dos Educadores do Clero, em Paris.
Em 1977 foi nomeado vigário geral da diocese de Langres; em 1981 foi
eleito vigário capitular; em maio de 1982, foi nomeado bispo de Evreux. Sendo sempre um homem do seu tempo, Jacques Gaillot
interveio com frequência em acontecimentos da atualidade.
Em 1983, apoiou publicamente um jovem objetor de consciência, acusado perante
o tribunal de Evreux. Em outubro de 1983, durante a assembleia anual do episcopado, foi
um dos dois bispos a votar contra o texto do episcopado sobre a dissuasão
nuclear.
Em 1985, tomou posição a favor do levantamento dos palestinos nos
territórios ocupados e encontrou-se com Yasser Arafat em Tunisia. Foi convidado
pela ONU para participar numa sessão extraordinária sobre o desarmamento.
Em julho de 1987 partiu para a
África do Sul, para se encontrar com um jovem militante “anti-apartheid” de
Evreux, que foi condenado a quatro anos de prisão pelo regime de Pretória. Para
poder fazer esta viagem, renuncia a acompanhar a peregrinação diocesana a Lourdes,
o que lhe vale algumas críticas.
Em novembro de 1988 intervém na sessão à porta fechada da assembléia
plenária, em Lourdes, propondo a ordenação de homens casados. Em outubro de
1989 participou de uma viagem à
Polinésia francesa, organizada pelo Movimento pela Paz, a fim de pedir a
cessação dos testes nucleares franceses.
Em 12 de dezembro de 1989 participou
da cerimonia da transladação das cinzas
do padre Henri Jean-Baptiste Grégoire no Panteão, o mesmo havia aceitado a Constituição Civil do Clero, e
Jacques foi o único bispo francês a fazer esse gesto.
Nesse mesmo ano o bispo causou
escandalo aos cristãos conservadores e a conferencia episcopal francesa por
ter publicado um artigo numa revista gay
francesa chamada Lui.
Em 1991 manifestou a sua oposição
à Guerra do Golfo, publicando um livro intitulado “Carta aberta àqueles que
pregam a guerra e a mandam combater aos outros”[2].
Condenou o bloqueio económico contra o Iraque e fez um sínodo que durou otrês
anos. Escreveu uma dúzia de livros, um dos quais, Golpe de estado contra
exclusão,[3] que não passou despercebido, pois ele criticou
severamente as leis sobre imigração do ministro
do Interno na época. E justamente esse
livro serviu de pretexto para que Roma pedisse a sua destituição.
Em todas as suas intervenções, Dom Jacques Gaillot tem a convicção de que
os meios de comunicação social constituem o local privilegiado da comunicação
no mundo moderno. A sua palavra é expressada livremente sem medo de dizer «eu», e
de ser simples e claro.
A sua fidelidade ao Evangelho exprime-se por alguns traços principais: a
preocupação com os pobres e marginalizados,
a recusa de qualquer complacência, a fé como um compromisso pela justiça, a defesa do direito, da justiça e da paz. A
convicção de que Jesus pertence à humanidade e não apenas aos cristãos, a
evidência de que, para ir ao encontro das ovelhas que se afastam do rebanho,
vale a pena deixar as outras no aprisco.
Em 1995, Jacques Gaillot foi convocado
a Roma e recebeu o intimato: “Amanhã, sexta-feira, 13 de janeiro, ao meio-dia,
deixarás de ser bispo de Evreux”.[4]
Jacques Gaillot passou a ser o bispo de Partenia, uma diocese situada nos
planaltos de Sétif, na Argélia, onde fez o seu serviço militar, que despareceu
no século IV- V, a partir desse momento
a diocese de Partenia transformou-se no símbolo de todos aqueles que, na
sociedade ou na Igreja, têm o sentimento de não existir.
A decisão de Roma provocou uma
vaga de incompreensão, tanto na França como no exterior, e o sentimento de
injustiça deixa feridas tanto em cristãos como em não-cristãos. Depois de
deixar a diocese de Evreux, Jacques Gaillot passa um ano no célebre edifício
ocupado da rua du Dragon, em Paris, entre família de sem documentos. Sendo um membro
das associações que defendem os direitos dos sem documento e dos mal alojados,
transformou-se no bispo dos pobres e é frequentemente chamado ao exterior, para
a defesa de presos políticos e dos direitos humanos.
Em 1995, publicação de “Eu
conquistei a liberdade”[5],
pela Flammarion. Em 1996, lançamento do site Partenia. Este não tarda a ser
animado a partir de Zurique e desenvolve-se, com páginas em sete línguas, um
fórum, diários de bordo, intervenções sobre temas da atualidade.
A resiliencia de Dom Jacques que aproveitou da sua destituiçao com bispo
de Evreux, o que para outros poderia ser visto golpe forte, do qual poderia nao
se levantar, mas ao inves de permanecer lamentando-se usa como oportunidade
para a criaçao de Partenia como diocese virtual indo de encontro as
oportunidades de dialogo e inter-relaçao oferecidos pela internet e conseguindo
comunicar-se com um maior numero de pessoas atravessando muitas fronteiras e
sendo a voz de todos aqueles sem voz e sem vez.
Jacques Gaillot foi acolhido na
comunidade dos Espiritanos em Paris, onde reside habitualmente. Em maio de 2000, por
ocasião do ano do Jubileu, o Presidente da Conferência Episcopal Francesa toma
a iniciativa de o convidar a participar num encontro ecuménico com os outros
bispos, em Lyon. Dirige-lhe uma carta que tornou pública: “É importante que os
católicos e, num sentido talvez mais lato, a opinião pública saibam que a
comunhão que nos liga como irmãos é real, mesmo que seja vivida de uma forma
invulgar.” E termina a carta precisando: “Tu continuas a ser nosso irmão no
episcopado”. Essa abertura
não terá concretização nos fatos.
Em 2003, o lançamento de “Um catecismo com sabor a liberdade”[6],
com a colaboração de Alice Gombault e Pierre de Locht.
Em janeiro de 2005 com a celebração dos
10 anos de Partenia foi uma ocasião de magnífica concentração de pessoas
em Paris. A diocese de Partenia é uma
diocese sem fronteiras que inclui todos aqueles que se sentem ou foram
excluidos. Uma reunião portadora de esperança, e de um futuro que está aberto e um amanhã que deve ser
construido ainda por fazer.
Bibliografia
J. Gaillot, Lettera agli amici di Partenia, Brescia,
1996.
J. Gaillot, Ecco le cose in cui credo!, Brescia,
1998.
J. Gaillot, Il Dio degli esclusi, Molfetta,
2003.
J. Gaillot- E. Drewermann, Dialoghi sul sagrato, Molfetta, 2004.
J. Gaillot- A. Gombault-P. Loucht, Un catechismo per la libertà, Molfetta,
2005.
Site internet
[1] J.
Gaillot, Lettera agli amici di
Partenia, p.16. Esse paragrafo é uma livre tradução a lingua
portuguesa de um trecho do livro em italiano.
[4] Cfr. J. Gaillot, Lettera agli amici di Partenia, p.10.
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